sexta-feira, 19 de abril de 2024

Melhor atriz do Oscar: veja trajetória de Emma Stone e o que ela disse sobre 'Pobres Criaturas'

Emma Stone foi anunciada como a vencedora do Oscar de melhor atriz em 2024 na noite de domingo (10/3), por seu papel na fantasia cômica Pobres Criaturas. É seu segundo prêmio na categoria: em 2017, recebeu a estatueta por La La Land.

A categoria foi a maior surpresa da noite. A disputa estava acirrada entre Emma e Lily Gladstone, de Assassinos da Lua das Flores, pendendo mais para a segunda. Mas a plateia vibrou: Emma concebeu uma das melhores interpretações da temporada ao viver a peculiar Bella Baxter, moldando com destreza sua linguagem verbal e corporal para acompanhar o amadurecimento da personagem.

Pobres Criaturas, do cineasta grego Yorgos Lanthimos, estava indicado a 11 categorias, das quais venceu quatro. Adaptado de um romance do britânico Alasdair Gray, o filme é uma versão do clássico Frankenstein. Bella Baxter (Stone) é uma mulher trazida de volta à vida graças às artimanhas do cientista Dr. Godwin (Willem Dafoe): com um cérebro de bebê, ela vai conhecer o mundo, evoluindo com velocidade. É através das esquisitices de suas descobertas que o longa discute temas como existencialismo, sexualidade e liberdade feminina.

A vitória veio com gostinho especial para Emma, já que a atriz também assina como produtora do longa. Na campanha pelo Oscar, ela vinha exaltando o projeto enquanto uma parceria criativa com Lanthimos. "É sobre uma equipe que se uniu para fazer algo maior que a soma das partes. E essa é a melhor parte de fazer filmes, estamos todos juntos", ressaltou em seu discurso de agradecimento.


O que a atriz disse sobre Pobres Criaturas

Pobres Criaturas é o que costumam chamar de "polêmico": recheado de cenas de sexo e nudez, o filme recebeu críticas, e, por bancar tais passagens, Emma Stone foi considerada destemida. Em entrevista, a atriz disse não concordar com o rótulo. 

"As pessoas falam muito do sexo e da nudez como se isso fosse a coisa mais corajosa que um ator pode fazer. Mas eu não concordo com isso, neste caso. O que é inspirador na personagem e intrigante de interpretá-la é que cada aspecto de sua vida é novo, e ela aprende com cada um deles, seja o sexo, a dança, a política, a filosofia ou a comida. Para mim, o sexo é parte do que acontece a uma pessoa que está se desenvolvendo rapidamente."

Outra discussão que o filme promoveu leva em conta que o longa tem uma protagonista feminina que esbanja liberdade sexual, mas é dirigido e escrito por homens. Por isso, há quem considere que Pobres Criaturas explore o corpo feminino para deleite das plateias masculinas.

Emma confessou ficar irritada com tal visão. "Porque isso tira a minha agência. Eu produzi o filme. Participei de cada etapa. Para mim era importante contar a história exatamente da maneira como fizemos. Sim, Yorgos é homem. Mas eu gostaria que as pessoas não desprezassem a minha participação na criação de Pobres Criaturas", disse. Segundo Emma, Bella Baxter é a personagem favorita que fez até o momento.


Relembre a trajetória de Emma Stone

Aos 35 anos, Emma ostenta um currículo extenso e, por que não, diverso. É uma atriz que todo mundo identifica por pelo menos uma produção. No começo da carreira, ela se destacou em filmes que tendiam ao besteirol, voltados ao público adolescente, como Superbad - É Hoje (2007), Zumbilândia (2009) e A Mentira (2010), além de ter vivido Gwen Stacy na franquia O Espetacular Homem-Aranha, protagonizada por Andrew Garfield. Também investiu em comédias românticas, como Amor a Toda Prova (2011). Espirituosa, já conquistava o público desde então.

Logo passou a integrar o elenco de filmes premiados, como Histórias Cruzadas (2012) e Birdman (2014). Em 2017, ganhou o Oscar de melhor atriz pelo papel em La La Land: Cantando Estações. No musical, ela interpreta uma aspirante à atriz, contracenando com Ryan Gosling e provando que sabe dançar e cantar. Mais recentemente, deu vida à vilã Cruella de Vil no filme Cruella, da Disney, que deve ganhar uma sequência em breve.

A parceria com o cineasta Yorgos Lanthimos começou em A Favorita (2018), que também foi indicado ao Oscar. Naquele ano, Emma concorreu como melhor atriz coadjuvante, mas não levou. Olivia Colman, sua parceira de cena, faturou a estatueta de melhor atriz.

O longa é ambientado na Grã-Bretanha do século 18, sob o comando da rainha Anne (Colman), já numa fase da sua vida em que estava doente e com dificuldades. A atenção da rainha passa a ser disputada por Sara Churchill (Rachel Weisz), a duquesa de Marlborough, com quem mantinha uma relação íntima em segredo, e a recém-chegada Abigail Masham (Stone), determinada a tomar o posto de favorita da monarca.

Com sua bizarrice particular, Lanthimos extrai uma performance saborosa e divertidíssima de Emma, inaugurando uma nova fase de sua carreira. Foi justamente naquela época que os dois começaram a conversar sobre Bella Baxter.

Em 2023, além de brilhar no cinema com Poor Things, Emma também apostou no streaming. Ela estrelou a série The Curse (disponível na Paramount+), uma comédia ácida sobre um casal de apresentadores de um programa de TV sobre reforma de casas que precisam lidar com uma maldição.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Jodie Foster revela que quase foi a Princesa Leia: “tive um conflito”

Atriz de "True Dectetive", da HBO Max, trocou a Princesa Leia de "Star Wars" para atuar em “Sexta-Feira Muito Louca

A atriz norte-americana Jodie Foster revelou que por pouco não interpretou a Princesa Leia em “Star Wars” de 1977. A personagem acabou sendo feita por Carrie Fisher, mas Foster poderia ter aceitado o icônico papel se não fosse a Disney.

Na época, a Disney ainda não tinha os direitos da franquia — o que aconteceu apenas em 2012, com a compra da Lucasfilm –, mas Jodie Foster já estava escalada para um filme do estúdio e não quis deixar a produção. Ela confirmou a história no programa “The Tonight Show”, apresentado por Jimmy Fallon.

Eles queriam uma Princesa Leia mais jovem, mas eu tive um conflito. Eu estava fazendo um filme da Disney e simplesmente não queria desistir do filme da Disney porque já estava sob contrato.”

A atriz não contou qual filme era, mas, segundo a Variety, pela proximidade de datas, era possivelmente a primeira versão de “Freaky Friday” — que depois se tornou “Sexta-Feira Muito Louca” no remake de 2003.

Jodie Foster ainda opinou se a escolha por Carrie foi a correta. “Eles fizeram um trabalho incrível. Não sei quão bom eu teria sido. Eu poderia ter tido um cabelo diferente”, disse.

Posteriormente, Carrie ainda reprisaria a Princesa Leia nos filmes “Império Contra-Ataca”, “O Retorno de Jedi”, “O Despertar da Força” e “Os Últimos Jedi”. A Lucasfilm também incluiu cenas da atriz em “Ascensão Skywalker”, gravado após a morte dela em 2016.

Crítica Madame Teia | Um filme picotado e bastante equivocado

A Sony Pictures vem tentando emplacar um universo expandido com os personagens conectados ao Homem-Aranha, mas estranhamente, ela não pode ou não quer usar outra versão do herói neles. Seja por imposição do Marvel Studios e sua relação com a versão de Tom Holland ou simplesmente porque querem emplacar um universo próprio, o fato que essa indefinição chega ao seu ponto mais baixo em Madema Teia, o mais recente título desse universo do Aranha sem o Aranha.

Aliás, a tentativa de criar um universo compartilhado aos moldes do MCU não é nova e vem desde O Espetacular Homem-Aranha 2, quando  sugeriu apresentar o grupo de vilões Sexteto Sinistro. De lá para cá, praticamente tudo desandou, o estúdio emprestou Peter Parker para o Marvel Studios e, ainda assim, não desistiu da ideia desse grande universo. E o novo filme mostra que talvez seja a hora de desistir de insistir na ideia.


Isso porque Madame Teia poderia ser, por mais incrível que pareça, o primeiro filme dessa leva que faria um pouco de sentido por mostrar uma aliada do Aranha, personagens que se tornam heroínas e, com muita boa vontade, poderia se mostrar um potencial prequel do Homem-Aranha interpretado pelo Tom Holland. O problema é que ele é um filme ruim, equivocado, que parece uma colcha de retalhos e o que ainda continuou nela é constrangedor.

Madame Teia começa em 1973, quando a mãe de Cassandra Webb, Constance, procura no meio da Amazônia Peruana uma aranha que, segundo pesquisas, teria um veneno capaz de dar poderes a quem fosse picado — ou seja, a coisa toda já inicia da forma maus pueril possível.

Esses poderes fariam parte de uma lenda de um povo, Las Arañas, que protegeria a floresta com habilidades especiais. Para ajudá-la a buscar o aracnídeo, Constance contrata Ezekiel Sims, um sujeito com seus próprios planos nefastos.

Como você já deve imaginar, Ezekiel rouba a aranha e atira em Constance — que, vale a pena lembrar, fez tudo isso enquanto estava grávida de oito meses. Ela acaba sendo resgatada pelo Homem-Aranha peruano, provando que a tal lenda local é real e dá à luz Cassie, morrendo logo em seguida.


Essa introdução é constrangedora por vários motivos, sendo o mais gritante a existência dos Homens-Aranha peruanos que vivem no mato, assim como uma pessoa consegue se embrenhar no meio da selva amazônica com oito meses de gestação e acha uma boa ideia.

Porém, esse começo também dá o tom do que devemos esperar sobre o resto da trama de Madame Teia. Tudo é muito absurdo, os diálogos são constrangedores, a história se desenvolve de um jeito extremamente previsível, mas ao mesmo tempo, confuso. De início, você já sabe que é só ladeira abaixo. E é.

A pior parte de tudo é que, por baixo de todo esse caos, existe uma história que poderia ser explorada. A trama principal basicamente coloca Cassandra Webb em 2003, já com 30 anos, despertando poderes psíquicos ligados à aranha que salvou a sua vida durante seu nascimento.


Ela acaba cruzando o caminho de três garotas, Julia, Mattie e Anya, que são caçadas por Ezekiel que, assim como Cassie, também consegue ver o futuro. O vilão está atrás das garotas por ter visto que, em alguns anos, elas se tornarão heroínas e causarão a sua morte.

Dentro dessa configuração, é possível imaginar que Cassie tenta salvar as três jovens, entrando em conflito com o vilão. É exatamente isso que acontece, mas então, você começa a notar que o filme sofreu influências externas, mudando o que aparentemente deveria ser.


Alguém meteu a mão nesse filme

O primeiro sinal de que Madame Teia não é o filme que Dakota Johnson filmou é o fato de 95% das falas do vilão Ezekiel, interpretado pelo ator francês Tahar Rahim (Napoleão), foram dubladas na pós-produção. A prática do ADR, que é basicamente regravar falas que não foram bem capturadas durante as filmagens, faz parte da produção de qualquer filme, mas o negócio é tão mal feito aqui que parece que falas inteiras foram alteradas.

O fato de o filme se passar em 2003 também não faz sentido dentro do universo que a Sony tenta construir no cinema. Pouco antes da estreia, os produtores logo afirmaram que Madame Teia se passa no seu próprio universo, o que deixa tudo ainda mais confuso. Ou eles simplesmente desistiram de criar conexões.

Assistindo ao longa e considerando vários rumores que circularam na internet durante a sua produção, é possível criar uma teoria. Madame Teia foi concebido como um filme que mostraria Cassandra Webb, interpretada por Dakota Johnson, descobrindo seus poderes enquanto trabalhava com Ben Parker, interpretado por Adam Scott, em 2003.

A cunhada de Ben, Mary, aparece na história e está grávida de um garoto. Ezekiel Sims tem uma visão que alguém com poderes aracnídeos será o seu fim, e começa a caçar pessoas que poderiam ter esses poderes no futuro, trombando em Julia, Mattie e Anya.

Cassandra vê os ataques antes de acontecer e salva as três. Em uma reviravolta, Ezekiel descobre que o possível responsável pela sua morte ainda não nasceu, indo atrás de Mary Parker, que é salva por Cassandra e as três garotas.

Peter Parker nasce em 2003 e cresce para se tornar o Homem-Aranha da Sony, com uma timeline que se alinha ao aparecimento da versão de Tom Holland. Tudo no filme faz mais sentido se for seguir essa ideia, inclusive com os rumores de que um Cabeça de Teia apareceria na história. Só que não é nada disso que nos foi entregue na versão final.


A afirmação que o longa se passaria no seu próprio universo deixa a impressão que os seus produtores tiveram que mudar tudo no meio do caminho pois alguém falou "Não podemos usar o Homem-Aranha, se virem". Isso explicaria o ritmo esquisito do filme, vários diálogos claramente regravados do vilão e até mesmo a participação de Ben e sua cunhada na trama, completamente largados como óbvios easter eggs.

Isso talvez não tornasse Madame Teia um filme melhor, mas combinaria bem mais com a forma como as personagens são apresentadas e a história que ele tenta contar.

Notem que eu não falei do elenco, que faz o que pode com um roteiro cheio de furos e diálogos constrangedores. Adam Scott (Ruptura) como Ben Parker é uma escolha inspirada e ponto alto do filme, pois mesmo interpretando uma versão mais jovem do personagem, é possível ver ele tentando criar o sobrinho como uma boa pessoa.

Sydney Sweeney (Todos Menos Você) como Julia, a futura Mulher-Aranha, tenta o que pode com o material que lhe é dado, de uma adolescente frágil e abandonada que tenta crescer até se tornar a heroína do futuro, mas o roteiro não colabora muito com ela. O mesmo acontece com Celeste O'Connor (Ghostbusters: Mais Além) e Isabela Merced (Superman Legacy), que até conseguem passar a aura de adolescentes do início dos anos 2000 em todos os seus clichês.

Dakota Johnson (Cinquenta Tons de Cinza) me deixou confuso, já que, em algumas cenas, parece estar se divertindo com a galhofa que é a história e, em outras, é desconfortavelmente ruim ao tentar levar tudo muito a sério. É impossível não cair na risada quando ela recebe a versão do "Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades" vinda do Homem-Aranha peruano. Não tem como.

Um filme que é uma viagem no tempo

Madame Teia se passar em 2003 chega a ser irônico, já que foi nesse período em que estúdios de Hollywood começaram a ver novamente o potencial de adaptações de quadrinhos, quebrando a cara com algumas tentativas ruins. 

Muitos já compararam o filme com longas como Elektra, estrelado pela Jennifer Garner e lançado nessa mesma época, e acho que não está muito longe disso. Madame Teia não chega no nível do "tão ruim que fica bom", mas também não é horrível que você não consiga assistir. Por incrível que pareça, ele não é entediante.

Você começa a esperar pelo próximo absurdo previsível sem se sentir muito ofendido por ele. Assistindo a ele, me senti novamente no começo dos anos 2000, com direito às músicas da época. Só faltou tocar Hoobastank em alguma cena.

Comparando com outras produções do universo estendido da Sony, ele ainda consegue ser mais divertido de assistir do que Morbius. Não que isso fosse muito difícil.

sábado, 13 de abril de 2024

Crítica | NYAD

Diana Nyad, nadadora de longa distância que ganhou notoriedade ao, em 1974, ganhar a competição do Golfo de Nápoles com um recorde feminino (8h11m – 35 km), ao, em 1975, nadar ao redor da Ilha de Manhattan (45 km) e, em 1979, nadar das Bahamas até a Flórida (164 km), tentou, em 1978, aos 28 anos, cruzar o oceano entre Havana, Cuba e Key West, Flórida, uma travessia de 180 km, com a ajuda de uma gaiola de tubarão, mas, depois de 42 horas de esforço, foi retirada da água pela equipe médica. O longa-metragem Nyad, coproduzido e distribuído pelo Netflix, é a ficcionalização da história real da nadadora tentando novamente essa travessia nada menos do que 33 anos depois, aos 61 anos e, ainda por cima, sem a proteção da gaiola.

Com direção do casal Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, especializado em documentários sobre esportes radicais com os ótimos e premiados Free Solo e The Rescue no currículo, em sua primeira obra ficcional, Nyad é uma fascinante história real que deve quase toda sua força e valor à dupla central de atrizes, Annette Bening como a nadadora do título e Jodie Foster como sua amiga de longa data e treinadora Bonnie Stoll. E não quero com isso desmerecer a direção de Chin e Vasarhelvi, mas sim, ao contrário, saudá-la por justamente entender a importância de se focar nessas excelentes atrizes sexagenárias que continuam mostrando sua capacidade dramática, dando-lhes tempo para maturar suas personagens e a relação amorosa, mas conflitante entre elas.

O roteiro da estreante em longas Julia Cox é simples e usa a estrutura clássica dos “filmes de esporte” que Hollywood sabe fazer tão bem ao destilar a impossibilidade e a quase literal loucura do que Nyad pretende fazer, reunindo traços de obsessão, teimosia e demonstração daquela qualidade admirável, mas por vezes perigosa, que é a fusão de se recusar a admitir derrota e de nunca desistir de seus sonhos. Cox sabe criar flashbacks em momentos chave da projeção para dar estofo ao passado da protagonista, dando-se até o luxo de criar suspense nessa construção, o que aumenta ainda mais a importância do que tenta fazer, mas, assim como o trabalho de direção, a roteirista confia em Bening e Foster para darem vida a diálogos que, saindo de atrizes menos experientes, não passariam de clichês do gênero.

E as atrizes simplesmente dominam todas as cenas em que aparecem, o que é basicamente o filme todo, com Bening, ainda por cima, demonstrando um vigor e forma físicas impressionantes, sem vergonha alguma – como ela não deveria ter mesmo, mas que a sociedade em geral e Hollywood em particular em tese a força a ter – de quase que literalmente desnudar sua idade diante das câmeras, algo que, em grau menor, Foster também faz. Ou seja, além de todas as mensagens edificantes que ficam bem claras no filme, há também, em segundo plano, a discussão sobre o envelhecimento de atrizes hollywoodianas, um tabu que, ainda bem, vem sendo consistentemente derrubado por obras como Grace and Frankie e, agora, Nyad.

Mas não seria justo de minha parte ignorar a presença e a atuação de Rhys Ifans no elenco de apoio como o cuidadoso e genial navegador John Bartlett que cria as rotas marítimas para Nyad. Com aquela simpatia que lhe é peculiar – quando ele quer, claro -, o ator estabelece com muita facilidade um rapport tanto com Bening quanto com Foster, só que em níveis claramente diferentes, como se seu personagem olhasse para Nyad com uma espécie de admiração absoluta e para Foster como uma igual, em seu cuidado e seriedade com o trabalho que lhe é confiado. Os três são muito naturais mesmo em situações extremas, como a feroz discussão que Nyad e Bartlett têm ou quando o céu literalmente cai sobre a cabeça deles em uma das tentativas de travessia, com a delicada trilha sonora composta por Alexandre Desplat pontuando esses importantes momentos com grande destreza e, melhor ainda, sem parecer intrusiva, algo que, claro, foi escolha da direção durante a sincronização sonora em pós-produção.

A grande verdade, porém, é que Nyad não seria Nyad sem o espetacular trabalho da equipe de maquiagem. Assim como eu sempre costumo afirmar que a melhor computação gráfica é aquela que não conseguimos dizer com certeza que é computação gráfica, a melhor maquiagem, para mim, normalmente é aquela que duvidamos ser maquiagem. Reputo bem menos fascinante transformar, por exemplo, Brendan Fraser em um obeso mórbido em A Baleia, do que Bening depois de dezenas de horas na água, com os efeitos do sol, do sal e de criaturas marinhas em sua pele. No primeiro caso, por melhor que seja o trabalho, o espectador sabe que é maquiagem, o que costuma quebrar um pouco a imersão e, no outro, a imersão é absoluta a ponto de ser perfeitamente crível imaginar que a atriz realmente passou dias na inclemente água salgada do Atlântico.

Nyad só realmente não funciona quando a direção tenta criar suspense e perigo na travessia que saem abertamente do esgotamento físico da nadadora. E não é o caso de os perigos não terem efetivamente acontecido – não sei se aconteceram -, mas sim a maneira quase episódica como eles aparecem, especialmente a sequência envolvendo tubarões que é algo amplamente esperado na linha da Arma de Tchekhov, mas que ganha uma execução paupérrima e contraproducente em uma obra que não precisava disso. Seja como for, não há como não apreciar a direção de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, além do roteiro de Julia Cox que funcionam quase que exclusivamente como palcos para Annette Bening e Jodie Foster brilharem em uma história que por si só é imediatamente atraente.

Nyad (Idem – EUA, 03 de novembro de 2023)
Direção: Jimmy Chin, Elizabeth Chai Vasarhelyi
Roteiro: Julia Cox (baseado em livro e vida de Diana Nyad)

Elenco: Annette Bening, Jodie Foster, Rhys Ifans, Karly Rothenberg, Jeena Yi, Luke Cosgrove, Eric T. Miller, Garland Scott, Belle Darling, Pearl Darling, Anna Harriette Pittman, Johnny Solo, Eric T. Miller

Duração: 121 min.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Halle Bailey estrelará novo musical produzido por Pharrell Williams

Mais uma produção da cantora, compositora, atriz e mamãe Halle Bailey! De acordo com a revista Variety, a artista é uma das estrelas de um musical ambientado no verão de 1977 e baseado na infância de Pharrell Williams em Virginia Beach.

Ela se junta a Kelvin Harrison Jr. e Da’Vine Joy Randolph no elenco do projeto ainda sem título e produzido pelo próprio Williams em parceria com Mimi Valdés e Gil Netter.

Michel Gondry, conhecido por “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” (2004), é quem dirige. Já a dupla Martin Hynes, de “Toy Story 4” (2019), e Steven Levenson, de “Tick, Tick… Boom!” (2021), se responsabiliza pelo roteiro.

Os trabalhos cinematográficos mais recentes de Halle, vale lembrar, são o live-action de “A Pequena Sereia”, lançado em maio de 2023, e a adaptação de “A Cor Púrpura”, em fevereiro deste ano. Na TV, ela fez “Grown-ish” de 2018 e 2022.

Ela também investe na carreira musical, tendo entregue as faixas solo “In Your Hands” e “Angel” nos últimos meses. Espera-se, ainda, que ela e a irmã Chloe retomem o duo Chloe x Halle.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Marina Sena recebe placa com certificações de ouro e platina do álbum “Vício Inerente”

A cantora e compositora mineira Marina Sena agora tem um quadro para ostentar as certificações do segundo álbum de sua carreira, “Vício Inerente”, lançado há quase um ano.

O disco em si, por ter batido a marca de 150 milhões de streams, tem certificação de Ouro, assim como a faixa “Olho No Gato”. Já as músicas “Dano Sarrada”, “Tudo Pra Amar Você” e “Que Tal”, parceria com Fleezus, tem de Platina.

Fiquei muito feliz com os resultados desse trabalho que fiz com tanto amor e carinho pela arte, pela música”, comenta Marina em material enviado à imprensa.

A cantora completa: “Receber o reconhecimento e carinho da minha gravadora [Sony Music] me permite ser ainda mais confiante do que já sou. Temos muito caminho juntos ainda e vamos movimentar muita coisa”.


Vício Inerente” chegou em abril de 2023, dando continuidade à discografia solo de Marina após a estreia “De Primeira”. Além das citadas “Olho No Gato”, “Dano Sarrada”, “Tudo Pra Amar Você” e “Que Tal”, o projeto entrega outras oito faixas.

Brasil é o quarto país que mais ouve Madonna no Spotify; veja dados

A confirmação do show apoteótico de Madonna nas areias de Copacabana abalou a internet, os fãs e, claro, todas as plataformas digitais — incluindo a mais popular delas, o Spotify.

Todo mundo foi ouvir os hits da Rainha do Pop, que desembarcará por aqui para show único e de graça no dia 4 de maio.

Pensando nisso, a gente foi atrás de dados e descobriu que, no streaming preto e verde, o Brasil é o quarto país que mais dá plays nos álbuns e nas faixas da cantora.

A gente só perde para os Estados Unidos, país natal da cantora e número um do ranking, seguido de Reino Unido, em segundo; México, em terceiro; e Alemanha em quinto lugar, depois de nós.

Segundo informações dadas pela companhia, entre os usuários daqui, somente neste primeiro trimestre, houve um crescimento de 33% em plays e de 26% em horas de consumo.

São Paulo e Rio de Janeiro são as únicas cidades brasileiras entre as TOP 50 no mundo com o maior consumo de conteúdos da Madame X.

A capital paulista, inclusive, é a terceira no ranking global com mais de meio milhão de ouvintes mensais, atrás de Londres, no Reino Unido, e Santiago, no Chile.

As faixas de Madonna mais escutadas no Spotify no Brasil de 01 de janeiro a 31 de março de 2024:

La Isla Bonita
Hung Up
Material Girl
4 Minutes (feat. Justin Timberlake & Timbaland)
Like a Virgin

Os álbuns de Madonna mais escutados no Spotify no Brasil de 01 de janeiro a 31 de março de 2024:

True Blue
Confessions on a Dance Floor
Like a Virgin
Ray of Light

As faixas de Madonna que mais cresceram no Spotify no Brasil de 01 de janeiro a 31 de março de 2024:

Bad Girl
I Don’t Search I Find
Nothing Fails
Bitch I’m Loca (feat. Maluma)
God Control

Os álbuns de Madonna que mais cresceram no Spotify no Brasil de 01 de janeiro a 31 de março de 2024:

Erotica
Hard Candy
American Life
MDNA
Rebel Heart

As faixas de Madonna mais adicionadas à playlists de usuários no Spotify no Brasil de 01 de janeiro a 31 de março de 2024:

Material Girl
Hung Up
4 Minutes (feat. Justin Timberlake & Timbaland)
La Isla Bonita
Like a Prayer

A voz de “Confessions on the Dancefloor” (2005) nem chegou à capital carioca e já está causando. Dados já mostram que o evento deve crescer o número de turistas estrangeiros na cidade — algo em torno de 27,3% (via O Globo).

A rainha do pop vem ao Brasil, no dia 4 de maio, para uma apresentação histórica. Ela tocará seus grandes sucessos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e o evento terá entrada gratuita.

O anúncio aconteceu no último dia 25/03, em um site oficial feito especialmente para o evento, que marca também a primeira visita da popstar ao país para shows em mais de dez anos.

O show está marcado para começar às 21h45 e terá transmissão ao vivo no Multishow e na TV Globo. O Globoplay trará o show para os logados free no simulcasting da TV Globo, e no Multishow para os assinantes do Globoplay + Canais.

A The Celebration Tour in Rio é uma produção da Bonus Track em parceria com a Live Nation. O evento é apresentado pelo Itaú, com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, Governo do Estado do Rio de Janeiro e cervejaria Heineken. Apoio é do streaming Deezer.

O show em questão também cumpre o dever de encerrar a “The Celebration Tour”, responsável por repassar suas quatro décadas de êxitos. Na setlist estão clássicos do pop como “Nothing Really Matters”, “Holiday”, “Erotica”, “Vogue” e “Crazy for You”.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

“Gen V”: filmagens da 2ª temporada são adiadas após morte de Chance Perdomo

As filmagens da 2ª temporada de “Gen V”, spin-off de “The Boys”, foram adiadas por tempo indeterminado devido à trágica morte de Chance Perdomo, que interpretou Andre Anderson, um estudante popular com capacidades de manipulação magnética.

De acordo com o Deadline, em matéria publicada nesse sábado (30), o início da produção dos novos episódios começaria no dia 8 de abril.

Agora, os roteiristas e produtores da série enfrentarão o dilema de como prosseguir com o projeto sem um de seus atores principais. Eles terão que revisar a nova temporada e refazer todos os roteiros para descartar o personagem do artista ou reformular o papel.

A notícia da morte de Chance Perdomo, anunciada no último sábado (30), pegou todo mundo de surpresa. Em nota enviada por sua assessoria de imprensa à revista Variety, o ator sofreu um acidente de moto, no norte do estado de Nova York, nos Estados Unidos, quando voltava para Toronto, no Canadá, e não resistiu.

Citando autoridades, os representantes do ator afirmaram que nenhum outro indivíduo esteve envolvido no acidente.

É com o coração pesado que compartilhamos a notícia do falecimento prematuro de Chance Perdomo como resultado de um acidente de motocicleta. As autoridades informaram que não houve outras pessoas envolvidas. Sua paixão pelas artes e seu insaciável apetite pela vida foram sentidos por todos que o conheceram, e seu calor continuará presente naqueles que ele mais amava. Pedimos que respeitem o desejo da família por privacidade enquanto lamentam a perda de seu amado filho e irmão”, diz o comunicado.

De origem afro-latina, Perdomo nasceu em Los Angeles (EUA), mas foi criado no Reino Unido, onde decidiu abdicar dos estudos em direito para priorizar a carreira como ator. Em “O Mundo Sombrio de Sabrina”, seu primeiro papel de grande notoriedade, ele interpretou o bruxo Ambrose Spellman.

Em seguida, outros papéis importantes surgiram: além da série “Gen V”, e “O Mundo Sombrio de Sabrina”, Perdomo também atuou na trilogia “After” e no longa “Kill By My Debt”, que mais tarde lhe rendeu uma indicação ao BAFTA, principal prêmio do cinema inglês.

domingo, 24 de março de 2024

Shakira transforma amor e dor em arte e dinheiro com álbum “Las Mujeres Ya No Lloran”

Nesta sexta-feira (22), quase sete anos após “El Dorado”, de 2017, a cantora e compositora colombiana Shakira entregou “Las Mujeres Ya No Lloran” para o mundo.

No álbum novo, ela ressignifica as experiências amorosas, mesmo as dolorosas do divórcio do jogador espanhol Gerard Piqué, para mostrar que “as mulheres já não choram”, mas transformam em algo bonito como a arte e faturam.

Tudo isso ao longo de 17 faixas, um repertório que soma oito inéditas, quatro dessas em parceria com Cardi B, Bizarrap, Rauw Alejandro e Grupo Frontera, e dois remixes a sete sucessos que Shakira emplacou no ano passado.

São os hits: “Te Felicito”, com Rauw; “Monotonía”, com Ozuna; “Music Sessions Vol. 53”, com Bizarrap; “TQG”, com Karol G; “Acróstico”, com os filhos Milan e Sasha; “Copa Vacía”, com Manuel Turizo; e “El Jefe”, com Fuerza Regida.

Junto ao disco veio o videoclipe de “Puntería”, colaboração de Shakira com Cardi B. Nele, as duas artistas seduzem e tomam conta de um universo repleto de centauros saradões.

Uma dessas criaturas mágicas, inclusive, é interpretada por Lucien Laviscount, ator britânico conhecido pela série “Emily em Paris”, e fisgada pela diva da Colômbia.

quarta-feira, 20 de março de 2024

Beyoncé libera capa do act II, “Cowboy Carter”, e diz: “Não é um disco de country”

Em seu perfil no Instagram, a cantora Beyoncé divulgou a capa de seu novo disco, “Cowboy Carter”. A obra, segundo ato desta nova era, chega no dia 29 de março e sucede o aclamado “Renaissance” (2022).

“Concentrei-me em fazer deste álbum uma continuação de ‘Renaissance’. Espero que estas canções sejam uma experiência, que criem uma outra jornada onde vocês possam fechar os olhos, começar do começo e nunca mais parar. Não é um disco de country. É um disco da Beyoncé. Este é ‘Cowboy Carter’ e estou orgulhosa em compartilhá-lo”, escreveu.

A artista prosseguiu agradecendo pelo apoio recebido nas últimas semanas e revelando detalhes da produção. Ela ainda se abriu e contou que decidiu fazer esse projeto, depois de viver uma experiência traumática, quando se jogou no gênero pela primeira vez.

O texto, em português, você confere abaixo:

Hoje marca a contagem regressiva de 10 dias até o lançamento do act II. Obrigada do fundo do meu coração a todos os apoiadores de ‘TEXAS HOLD ‘EM’ e de ’16 CARRIAGES’. Sinto-me honrada por ser a primeira mulher negra com o single número um na parada Hot Country Songs. Isso não teria acontecido sem o apoio de cada um de vocês. Minha esperança é que daqui a alguns anos a menção à raça de um artista, no que se refere ao lançamento de gêneros musicais, seja irrelevante.

Este álbum levou mais de cinco anos para ser produzido. Nasceu de uma experiência que tive anos atrás onde não me senti acolhida… e ficou muito claro que não fui. Mas, por conta dessa experiência, mergulhei mais fundo na história da música country e estudei nosso rico arquivo musical. É bom ver como a música pode unir tantas pessoas ao redor do mundo, ao mesmo tempo que amplifica as vozes de algumas das pessoas que dedicaram tanto de suas vidas a educar sobre a nossa história musical.

As críticas que enfrentei quando entrei neste gênero me forçaram a superar as limitações que me foram impostas. O act ii é o resultado de me desafiar e de dedicar meu tempo para dobrar e misturar gêneros para criar esse corpo de trabalho.

Tenho algumas surpresas no álbum e colaborei com alguns artistas brilhantes que respeito profundamente. Espero que você possa ouvir meu coração e minha alma, e todo o amor e paixão que coloquei em cada detalhe e em cada som”.

Cowboy Carter” foi anunciado, sem grandes detalhes, durante o domingo de Carnaval, apenas algumas semanas após a visita surpresa de Beyoncé a Salvador. Ainda não está claro quantas faixas a obra deve ter, ou mesmo se haverá uma turnê em seguida.

Antes, no encarte do próprio “Renaissance”, a popstar já havia informado que esta era será composta por três discos que se interconectam.

No início deste março, Beyoncé completou duas semanas consecutivas no topo da Billboard Hot 100 com a faixa “Texas Hold ‘Em”, lançada no dia do Super Bowl 2024.

Vale lembrar que, além de “Texas Hold ‘Em”, “16 Carriages” também foi lançada como um aquecimento do novo disco.

Dolly Parton, que é uma das principais vozes da música country norte-americana, disse que o hit “Jolene” pode ter sido regravado por Beyoncé para este disco. 

terça-feira, 19 de março de 2024

Curiosidades sobre o filme Nyad, da Netflix, com Jodie Foster

O longa-metragem esportivo Nyad conta a história de um sonho de vida da atleta, até então aposentada, Diana Nyad. Com mais de 60 anos, Nyad, interpretada pela talentosa Annette Bening (Beleza Americana, 2000), se prepara para nadar de Cuba até a Flórida em um percurso de mais de 160 km em mar aberto. Conta com o apoio de uma equipe e principalmente de sua técnica e melhor amiga Bonnie Stoll, interpretada pela premiada Jodie Foster (O Silêncio dos Inocentes, 1991), que embarca em seu devaneio.

O filme está disponível na plataforma Netflix e é dirigido por Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi (dupla que dirigiu o documentário esportivo: Free Solo, que ganhou o Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem em 2019). A dupla pouco se arrisca em “Nyad”, tornando a história muito bem roteirizada por Ann Biderman (vencedora do Emmy em 1994, pelo episódio “Steroid Roy” da série NYPD Blue) e Julia Cox, em alguns momentos, um mero “incentivo” de que não se deve desistir, o que é algo típico dos filmes desse gênero. 

Contudo, o desafio apresentado na ficção, que também apresenta imagens documentais, (para “convencer” o telespectador do feito e da fama da nadadora) não é somente retratar a travessia onde o mar é o antagonista. Tampouco, contar a história de uma mulher que está prestes a entrar na terceira idade, expondo seus traumas psicológicos (apresentados em forma de flashback ao decorrer do longa-metragem), e sim, valorizar o envelhecimento e a não aceitação da morte. O que é notório em uma das falas de Nyad enquanto conversa com Bonnie:

“Eu sei que o mundo quer que eu cale a minha boca, sente e espere a morte”.

Além disso, “Nyad” conta com uma excepcional construção de personagem e atuação das atrizes Annette Bening e Jodie Foster, indicadas, respectivamente, nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante, o que possibilita ao telespectador acompanhar a narrativa até o final.

Curiosidades

Assim como toda boa história de cinebiografia, Nyad apresenta algumas curiosidades:

Annette Bening teve preparação por mais de 11 meses com uma ex-atleta olímpica: Em sua preparação, Bening treinou sob a supervisão de Rada Owen, ex- nadadora olímpica. A atriz “mergulhou” na personagem para tornar as cenas o mais real possível e, além de treinar para interpretar uma nadadora, decidiu dar todas as braçadas do roteiro, o que significava passar cerca de quatro a oito horas por dia na água.

Cenas gravadas no tanque de água em estúdio:  Algumas das principais cenas da travessia de Nyad foram gravadas no tanque de água Horizon, no Estúdio Pinewood, na República Dominicana, num ambiente controlado, com efeitos especiais, e iluminação inteligente, que proporcionaram o cenário ideal para as cenas de natação.

Faz mais de 10 anos desde sua travessia pelo mar aberto: Em setembro de 2023, completou 10 anos em que Diana Nyad ficou conhecida pelo seu feito histórico. Além disso, em seu site, ela conta um pouco mais de sua história, sua obsessão por nadar de Cuba até a Flórida, incluindo “a clara questão política” de nadar de um país a outro, e seu encontro com o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, após o seu feito de 2013.

Apesar de parecer inspiradora, a história de “Nyad” tem controvérsias: Como é possível ver no filme, Diana Nyad não é exatamente “uma heroína”, sendo apresentada muitas vezes como uma pessoa egocêntrica, dura e teimosa. No meio esportivo, é alguém que divide opiniões, e não teve ainda seu trajeto de Cuba até a Flórida validado pela Associação Mundial de Natação em Águas Abertas (WOWSA, na sigla em inglês).

Ariana Grande supera Taylor Swift e vira artista com mais estreias #1 na Hot 100

Ariana Grande botou não só uma, mas duas faixas do recém-lançado álbum “Eternal Sunshine” no top 10 da Billboard Hot 100, atualizada na tarde desta segunda-feira (18).

Ela emplacou “We Can’t Be Friends (Wait For Your Love)” bem no topo e virou a artista feminina com mais estreias em #1 na parada musical, considerada a mais relevante dos Estados Unidos, ultrapassando Taylor Swift ao chegar em sete.

Além disso, colocou “Yes, And?” de volta no chart, agora na décima posição. O carro-chefe do disco já tinha alcançado o primeiro lugar em janeiro, quando foi lançado.

Vale lembrar que “Eternal Sunshine” chegou às plataformas digitais em 8 de março, sendo o sétimo projeto da carreira da cantora, compositora e atriz estadunidense, e conquistou o topo da Billboard 200 no último domingo (17).

O álbum teve 227 mil cópias vendidas em sua primeira semana, superando “Vultures 1”, de Kanye West e Ty Dolla $ign, e virando o maior lançamento de 2024 até agora.

quinta-feira, 14 de março de 2024

Como descrever o filme nacional e clássico, "O Cheiro do Ralo"

Difícil, quase impossível. Segundo o diretor, as reações do público após a projeção não são muito diversas: ou se ama, ou se odeia. Mas a grande maioria, na verdade, sai da sala sem saber reagir direito ao que acabou de ver. E, aos poucos, aqueles que conseguirem superar essa barreira e se sentirem aptos a desenvolveram um raciocínio mais profundo a respeito e, a partir disso, criar um conceito sobre, é muito provável que a conclusão leve a uma total admiração e a um encantamento por este mundo bizarro e singular, ainda que repugnante e perturbador. Caso contrário, o distanciamento irá se impor, uma vez que aqueles que optarem por rejeitar o que não entendem, apenas demonstrarão uma falta de empenho necessário para tal compreensão.

Lourenço (Selton Mello, irrepreensível) é um negociante que ganha a vida pagando muito pouco por objetos usados que lhe são oferecidos diariamente por quem está enfrentando necessidades. Supostamente, deve revender estas aquisições por um valor superior, mas o filme não se preocupa com isso. O que interessa é mostrar o desprezo que o personagem tem por quem o procura, em como leva este trabalho diário. Esse descaso se reflete em muitos outros aspectos da vida, como no namoro (“Eu não te amo. Nunca te amei. Eu não amo ninguém”, diz ao abandonar a noiva) e no trato com os funcionários. Mas um lampejo de mudança surge quando encontra ela. A Bunda. Sim, é uma Bunda com B maiúsculo. Porque não é qualquer bunda, mas sim uma que o encanta a tal ponto de criar uma dependência, o obrigando a ir diariamente àquela lanchonete imunda e pedir o mesmo xis intragável apenas para visualizar o traseiro da garçonete. Mais uma vez. Nem que seja a última.

O filme gira em torno do protagonista e adota a ótica deste ver o mundo. Tanto que nem um outro personagem é batizado: é só o “segurança” (papel, aliás, do próprio Lourenço Mutarelli, autor do livro em que o filme se baseia), a “viciada”, o “PM”, o “mendigo”, o “entregador de pizza” ou o “encanador”. Já o comentado “cheiro do ralo” é um problema no encanamento do banheiro do escritório, mas que acaba se transferindo para o protagonista. “O cheiro é teu”, diz um cliente após levar uma recusa. "Não, é do encanamento”, ainda tenta argumentar, para levar como resposta: “não, é teu mesmo. É toda a podridão que você vem acumulando há anos que está vindo para fora!”.

Esta “coisificação” que Lourenço dedica a tudo que está ao redor adquire um novo significado diante de duas novas situações: o surgimento da Bunda (ele chega a dizer para a moça: "eu não quero tocar. Eu não quero nada. Só olhar. E estou disposto a pagar por isso”) e do início de construção de um pai que nunca teve. Primeiro aparece alguém que lhe vende um olho. Logo depois surge uma perna mecânica. E esta figura paterna, que lhe é tão carente, aos poucos vai ganhando forma e estrutura. Uma ausência de orientação e de moral que o impele a se agarrar a qualquer possibilidade de resgate, mesmo que seja somente mais um tronco à deriva do que um verdadeiro porto seguro.

Habilmente levado às telas pelo mais do que competente Heitor Dhalia, O Cheiro do Ralo supera o bom impacto inicial deste novo cineasta, que estreou há poucos anos com o igualmente interessante Nina (2004), uma versão modernizada do clássico Crime e Castigo para as ruas de uma São Paulo moderna e deprimente. Este novo trabalho, por outro lado, intriga e leva o espectador a um novo universo, sujo, feio e angustiante, porém hipnótico e fantástico. Premiado no Festival do Rio (Prêmio Especial do Júri e Melhor Ator) e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Melhor Filme segundo o Júri Oficial e de acordo com a Crítica), é um longa para ser apreciado com cuidado e atenção. Todo o esforço neste sentido será amplamente recompensado.

terça-feira, 12 de março de 2024

Neve Campbell retornará como Sidney Prescott em “Pânico 7”

Ela vem aí – de novo! A atriz Neve Campbell usou as redes sociais nesta terça-feira (12) para dar notícias muito aguardadas pelos fãs de “Pânico”: seu próprio retorno como Sidney Prescott e Kevin Williamson como diretor no sétimo filme da franquia.

Olá a todos. Estou muito animada por dar esta notícia: Sidney Prescott está voltando! Sempre foi uma diversão e uma honra interpretar Sidney nos filmes de ‘Pânico’. O meu apreço por eles e por tudo que eles significaram para mim nunca diminuiu. Me pediram, da forma mais respeitosa possível, para trazer Sidney de volta às telas e eu não poderia estar mais emocionada! Bem, na verdade, eu posso. Embora eu tenha tido a sorte de fazer os filmes com o mestre do terror Wes Craven e a equipe incrivelmente talentosa Matt [Bettinelli-Olpin] e Tyler [Gillett], sonhei durante muitos anos em quão maravilhoso seria fazer um com Kevin Williamson na direção. Agora, isso está prestes a acontecer: Kevin Williamson vai dirigir ‘Pânico 7’! [A franquia] é seu bebê. Foi sua mente brilhante que sonhou com este mundo. Kevin não é apenas uma inspiração como artista, mas tem sido um amigo querido por muitos anos. Aos incríveis fãs de ‘Pânico’, espero que estejam tão entusiasmados quanto eu. Te vejo no set, Kevin.”

Campbell viveu Sidney nos cinco primeiros longas-metragens de “Pânico”, mas decidiu ficar de fora do sexto devido ao salário oferecido. Em 2022, em entrevista à People, ela explicou que a proposta não era condizente com seu papel de protagonismo na franquia e denunciou o sexismo na indústria.

Já em janeiro deste ano, em bate-papo com a Variety no BAFTA, a estrela canadense contou que voltaria a interpretar Sidney “sob as circunstâncias certas”. “Esses filmes significam muito para nós e significam muito para os fãs”, afirmou.

Na época, “Pânico” enfrentava três baixas: Melissa Barrera foi demitida após declarar apoio à Palestina; Jenna Ortega deixou o elenco devido, supostamente, a seus compromissos com “Wandinha”; e Christopher Landon abandonou a direção, dizendo que “o trabalho dos sonhos virou pesadelo”.

Oscar 2024: veja lista de vencedores e indicados da premiação

A aguardada 96ª edição do Oscar aconteceu na noite deste domingo (10), com apresentação do comediante Jimmy Kimmel. Entre os destaques da noite estão os elogiados Oppenheimer (13 indicações) e Pobres Criaturas (com 11 indicações).

Como esperado, o longa-metragem sobre a criação da bomba atômica levou a melhor. Oppenheimer ganhou o prêmio de Melhor Filme e outras estatuetas importantes, incluindo Melhor Diretor, ator e ator coadjuvante.

Oppenheimer foi o maior ganhador da noite e angariou nada menos que oito estatuetas. Outro grande destaque da noite foi Pobres Criaturas, que obteve quatro vitórias durante a noite.

Barbie, por outro lado, não repetiu o sucesso de bilheterias na premiação, ganhando apenas um prêmio. No entanto, o filme de Greta Gerwig foi um dos maiores destaques da noite, sendo tema de diversas apresentações no evento.


Vencedores do Oscar 2024

Confira a lista completa de indicados e vencedores do Oscar 2024 abaixo.

Melhor filme - 
Oppenheimer
Melhor direção - Christopher Nolan (Oppenheimer)
Melhor atriz - Emma Stone (Pobres Criaturas)
Melhor ator - Cillian Murphy (Oppenheimer)
Melhor atriz coadjuvante - Da'Vine Joy (Os Rejeitados)
Melhor ator coadjuvante - Robert Downey Jr. (Oppenheimer)
Melhor roteiro original - Anatomia de uma Queda
Melhor roteiro adaptado - American Fiction
Melhor trilha sonora - Oppenheimer
Melhor animação em longa-metragem - O Menino e a Garça
Melhor animação em curta-metragem - War Is Over! Inspired by the Music of John & Yoko
Melhor curta-metragem em live-action - The Wonderful Story of Henry Sugar
Melhor figurino - Pobres Criaturas
Melhor som - Zona de Interesse
Melhor canção original - What Was I Made For? (Barbie)
Melhor fotografia - Oppenheimer
Melhor documentário em curta-metragem - The Last Repair Shop
Melhor documentário em longa-metragem - 20 Days in Mariupol
Melhor filme internacional - Zona de Interesse (Reino Unido)
Melhor edição - Oppenheimer
Melhor design de produção - Pobres Criaturas
Melhor cabelo e maquiagem - Pobres Criaturas
Melhores efeitos visuais - Godzilla Minus One